Repertório de Manuel de Almeida
Esta letra, com o título original *Tarde de toiros* sofreu algumas
alterações na gravação e para além disso a 2a estrofe não foi gravada
Nesse domingo de agosto
Foi linda a espera de gado
Desde manhã ao sol posto
Houve alma, Toiros e Fado
Manhã cedo ainda se ouviam
Os roucos cantos dos galos
Já dos fogosos cavalos
Já dos fogosos cavalos
As guizeiras retiniam;
Os retiros já se viam
Os retiros já se viam
Engalanados com gosto
E o Sol, no seu régio posto
E o Sol, no seu régio posto
Brilhante como um tesoiro;
Abria o seu leque d’oiro
Nesse domingo de agosto
Campinos de matacões
Abria o seu leque d’oiro
Nesse domingo de agosto
Campinos de matacões
Gente nobre, gente fixe
P’la Calçada de Carriche
P’la Calçada de Carriche
Eram alvo de ovações;
Sob os fortes aguilhões
Sob os fortes aguilhões
O curro vinha domado
E o povo, entusiasmado
E o povo, entusiasmado
Dizia, de orgulho cheio;
Para os anais do toureio
Foi linda a espera de gado
Já tudo sabia ao certo
Para os anais do toureio
Foi linda a espera de gado
Já tudo sabia ao certo
Que nessa tarde, Fuentes
Lidava toiros valentes
Lidava toiros valentes
Das lezírias de Roberto;
O Sol era um lírio aberto
O Sol era um lírio aberto
No manto do céu exposto
E o povoléu, bem-disposto
E o povoléu, bem-disposto
Vira passar, em tipóias;
Mulheres lindas como jóias
Desde manhã ao sol posto
Campanudo e Patusquinho
Mulheres lindas como jóias
Desde manhã ao sol posto
Campanudo e Patusquinho
No retiro do Vilar
Encontravam-se a cantar
Encontravam-se a cantar
Desde manhã, bem cedinho;
Dos tonéis corria o vinho
Dos tonéis corria o vinho
Espumante, avermelhado
Tudo estava inebriado
Tudo estava inebriado
Tudo vivia num sonho
Pois nesse dia risonho
Houve alma, Toiros e Fado
Pois nesse dia risonho
Houve alma, Toiros e Fado